sábado, setembro 19, 2009

Quem ainda não conhece Nip/Tuck?

Por: Maurício O. Freire


Bem vindo ao mundo das cirurgias estéticas, onde ter um rosto “perfeito” e um corpo escultural é o que vale.

Tendo isso em mente, e avistando à frente um futuro promissor – atendendo os mais privilegiados de Los Angeles (aqueles que podem pagar para ter o visual que sempre sonharam) os cirurgiões plásticos Christian Troy (Julian MacMahon) e Sean McNamara (Dylan Walsh) resolvem montar, em sociedade, a clínica McNamara/Troy.


Ambos são amigos desde os tempos de faculdade, e vêm alimentando esse sonho antigo – que finalmente dá certo. O que ele não podiam prever é que nem tudo correria de forma perfeita na vida deles.
Além de amigo, Christian é padrinho do filho mais velho de Sean, ou pelo menos o filho que todos acreditam ser dele; uma vez que Christian e a esposa de Sean, Julia (Joely Richardson), que nutriam um sentimento mútuo, acabam tendo um caso pouco antes do casamento dela com Sean.
À medida que certos segredos vão sendo revelados, o casamento de Sean – que já não andava muito bem – acaba chegando à beira do abismo. E Christian, que nunca viu a possibilidade de levar uma vida como a de Sean, assiste a tudo isso de perto, procurando aconselhar e apoiar o amigo, mas sem deixar de levar a vida promiscua e alimentar sua compulsão por sexo. E isso não é difícil, considerando sua profissão e condição financeira.
Sean não vê problemas nisso, desde que Christian não se relacione com as pacientes ou funcionárias da clínica. E nisso o amigo não obedece; pelo contrário, protagoniza cenas tórridas de sexo a cada capítulo, das mais variadas formas e com a maior variedade de mulheres possível; coisas “leves” como: sexo a três, mais de três, gêmeas, mãe e filha, grávida e por ai vai. Detalhe: sem nunca se envolver verdadeiramente com nenhuma delas, chegando, muitas vezes, a humilhá-las.



Mas esses não são os únicos personagens que contribuem para tornar essa série mais complexa. Outros, igualmente intrigantes, nos entretém com seus dramas e conflitos pessoais. A própria Julia, sufocada com os problemas que enfrenta em seu casamento com Sean, procura uma forma de lidar com suas dúvidas, insatisfações e a propensão que tem para a infidelidade. Além disso, se vê consumida pelo segredo que esconde a respeito da paternidade do seu filho mais velho, Matt (John Hensley).
Esse, por sua vez, enfrenta os dilemas da juventude da forma que pode, sem encontrar um modelo de comportamento – possível apenas através de uma família bem estruturada. Matt acaba, por vezes, envolvido em relacionamentos errados e situações arriscadas. A coisa só piora quando Christian resolve arrastá-lo para a vida que leva.




Agora, o melhor da série, está nos personagens coadjuvantes (os pacientes da clínica McNamara/Troy) que nos trazem histórias interessantes e, muitas vezes, polêmicas. Detalhe: cada capítulo da série leva o nome do paciente em questão. Acredito que são eles, acima de tudo, que dão motivo para a série existir.




Sempre apresentando casos intrigantes, tendo como finalidade uma cirurgia estética que pode mudar suas vidas – às vezes justificada, outras por simples questão de vaidade ou obsessão. E, para acompanhar os procedimentos cirúrgicos aos quais esses pacientes são submetidos, é preciso ter estômago forte, já que os produtores não poupam certos detalhes, optando por tornar as cenas bastante realistas. Inclusive, isso acaba dando mais gás a essa série criada e muito bem elaborada por Ryan Murphy, que mistura casos polêmicos, situações realistas e extremas baseadas no comportamento do ser humano, na sua essência, com seus problemas, defeitos, vícios, perversões e (por que não?) qualidades.



É difícil não se envolver e se encantar com Nip/Tuck, ainda mais quem gosta de encarar a verdade de frente, de forma explícita.
Além do mais, quem é que não tem defeitos? Quem é que não sofre? Quem é que não gostaria de ter um corpo perfeito às vezes? Um rosto perfeito, talvez? Uma vida perfeita?



Um comentário:

  1. Interessante, nunca tinha tido curiosidade de assistir essa série.

    Lembro-me de quando vi a chamada na Fox (há milênios atrás, quando eu ainda tinha TV à cabo), achei forte demais, mas acho que eles apelavam pra chamar a atenção mesmo.

    Gosto de histórias "tórridas", tanto que gosto de tragédias gregas. Isso me causa àquela sensação de "catarse". Porém, não sei se tenho estômago forte pra essa "cenas médicas". Vou me arriscar a assistir e ver no que dá.

    Gostei das imagens também. Muito curiosas. Àquela do anjo é ótima.

    Parabéns pelo post!

    Abraços

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